Presbitério ou Episcopado

Notas sobre o presbitério ou episcopado, ou seja, sobre os presbíteros ou bispos ou anciãos.

1 – O presbitério ou episcopado pode ser desejado ou aspirado. Está escrito: “Se alguém aspira ao episcopado, excelente obra deseja” (I Tm.3.1). O verbo grego traduzido por aspirar ou por desejar é ὀρέγεται, que se pronuncia oréguete, é uma terceira pessoa singular do presente do indicativo médio de ὀρέγετω, pronuncia-se orego. Esse verbo grego significa (na voz média), “aspirar a, desejar, lutar por algo. I Tm. 3.1”, diz o “Léxico” … de F. Wilbur Gingrich”. O verbo grego dá a ideia de “desejar intensamente” ou “anelar por”.

2 – Deus está vendo os motivos dos corações dos que aspiram ao presbitério ou episcopado. Jesus declara em Apocalipse 2.23: “eu sou aquele que sonda mente s e corações, e vos darei a cada um segundo as vossas obras” (Ap.2.23).

3 – De fato, em verdade, só pode desejar com legitimidade espiritual, estar no presbitério ou episcopado, aquele a quem Deus estiver chamando para esse encargo. Vendo as multidões o Senhor disse: “A seara na verdade é grande… Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara” (Mt.9.36-38). Quando Deus levanta presbíteros esses homens são bênçãos sem medida.

4 – Os servos os quais Deus chama e constitui presbíteros sobre a igreja da localidade, buscam função, buscam trabalho, não buscam posição ou titulação. Esses homens que tufam seus peitos cheios de si são sujeitos vazios de Deus. Esses tais podem passar por presbíteros verdadeiros, mas, o juízo divino que vem por aí, desnudará a sua pretensão humanista. Presbíteros chamados pelo céu não desejam o presbitério por causa dos títulos, mas por causa da função, por causa da obra, por causa da ocupação. Servir é o encanto que move o servo no seu serviço. Para os chamados de Deus o presbitério ou episcopado é “excelente obra” (I Tm.3.1). É a obra de Deus que atrai os chamados não é o ganho da obra. Realizar a obra de Deus é o que nos move como presbíteros divinamente chamados. Ganhar para o sustento, se necessário for, é decorrência do servir. Servir a Deus e à igreja na localidade é tudo que fascina os verdadeiros obreiros chamados por Deus para o santo presbitério. Aspirar ao presbitério ou episcopado é almejar ou desejar com profunda intensidade, é sentir anelo na alma por servir. É isso que nos move e nos alegra. Servir no episcopado plural, ladeados por servos dedicados, faz esticar nossas almas em busca da melhor excelência no servir.

5 – Os homens que Deus chama para compor o presbitério ou episcopado devem ser irrepreensíveis. Homens de Deus preferem a morte a cometer pecado contra Deus e a escandalizar a igreja de Deus. Presbíteros devem ser pessoas que odeiam pecar, que são determinados a não cometer escândalo. O presbitério deve ser composto por homens chamados por Deus. Aí, sim, pela graça de Deus, haverá um santo presbitério, porque o Deus que nos chamou nos capacitou. Eis a bênção: Deus não chama os capacitados. Capacitados não existem nem um sequer. Deus capacita os chamados. Esta é a Sua misericórdia. Aqui está a nossa felicidade. Deus nos deu a vitória em Cristo. Se Deus diz que os bispos ou presbíteros devem ser irrepreensíveis, evidentemente, eles podem ser. O Senhor falou, está falado.

É necessário que cada componente do presbitério ou episcopado viva de maneira digna da vocação divina. Fora desse viver digno, a vida de qualquer presbítero é vergonha e morte. Está escrito em I Timóteo 3.1 “É necessário” que os presbíteros que vivam de modo irrepreensível. Quem não estiver disposto a viver irrepreensivelmente, não deve ter sido chamado por Deus. O tal se chamou a si mesmo e deve ser lançado fora do presbitério. Miséria! “É necessário” é a tradução do pequenino vocábulo grego δει, que se pronuncia di (pronúncia aproximada do grego moderno). Em seminários protestantes pronunciam dei. Meu professor de grego do Novo Testamento, o Dr. A. Ben. Oliver, traduzia: “é moralmente necessário” que cada presbítero viva de modo digno da chamada divina. Deus não chama homens bandidos para o presbitério. Cabe à igreja ver que tipo de homens ela tem como presbíteros. Portanto, sendo necessário, cumpre-nos, importa-nos, convém-nos sermos irrepreensíveis. Os presbíteros não devem ser dados ao vinho, mas devem ser padrão dos fiéis, para que ninguém se torne cachaceiro por causa do seu vício de vinholalatria. Haja NÃO, NÃO, NÃO AO VINHO, AO ÁLCOOL. O MUNDO JÁ ESTÁ PODRE E SE PRESBÍTEROS SÃO CACHAÇÓLATRAS, VINHÓLATRAS, QUE PADRÃO DOS INFIÉIS SÃO TAIS VICIADOS APELIDADOS DE PRESBÍTEROS PARA ESTE MUNDO DANADO, DANANDO-SE MAIS E MAIS. Notemos estas palavras de Russell Norman: “A ciência moderna ajuda-nos a definir este problema. Tem sido mostrado que o álcool no sangue mata as cerebrais. Combinando este fato com o ensino de I Coríntios 3.16,17, devemos dizer que a total abstinência é o único modo espiritual de agir”.

6 – Os presbíteros ou bispos devem ser cordiais, gentis, bondosos, inimigos de contendas, líderes da paz. Homens briguentos, maldosos, sem amor, intolerantes, que não cedem, iracundos, violentos, estúpidos, inflexíveis, raivosos, querelantes, não devem ser tolerados, nem, sequer como auxiliares do presbitério. Só, somente, apenas, sequer, só há um meio de ser homem de presbitério agradável a Deus: EXCLUSIVAMENTE em Cristo. Não há outro jeito. Somos maus, jamais em nós podemos ser cordatos. O termo latino para coração é cors, cordis, é uma palavra da terceira declinação. É desta palavra que vem cordato, cordial e ninguém pode ser cordato ou cordial sem a vida de Deus em nosso Senhor Jesus Cristo que morreu para nos trazer vida abundante.

“Ah! Senhor!… preciso de Ti para poder tratar com legitimidade de meu coração transformado, coração justo, isento de preconceitos. Oh! Sonda-me, Senhor. Ajuda-me, preciso nesta terra, neste dia, aqui em baixo, onde teu servo está, do coração lá do céu. Senhor, não me deixes sem o dom do coração transformado, fruto da graça do Teu coração transformador. Nada vou fazer se o Senhor não fizer. Minha tarefa neste dia, Senhor, 07-12-2010, é demais pra mim, Senhor. Vem em meu auxílio, Senhor. Vence o mal deste dia por mim, Pai, meu Pai. Senhor, remove e já removeste a pedra. Ela é muito grande e… só, mas é suficientemente alegre saber que Tu és infinitamente bastante para me levar de vitória em vitória. Senhor, faz parte do elenco de vitória que me coroa de vitória a vitória daquele e daqueles que me deste para cuidar. Meu Deus, não suporto a pressão do mundo. Só a Tua graça me fará levantar e carregar meus fardos até o dia do fim. Obrigado meu Pai, porque é por Teu amor que eu sinto exatamente isso: o Senhor me revestindo de força para carregar meus fardos até o dia final. Enche meu coração de glória o fato de que Tu, meu Amado SENHOR não olhas para mim como eu mereço, mas olhas para o Teu Santo Filho, o Senhor Jesus Cristo, e é só Nele que eu espero na Tua exclusiva graça.
Amém. Amém. Amém.
Esta é a minha oração.
Não vejo outra saída para mim, meu Deus. Vem socorrer-me neste dia, neste momento”.

7 – Presbíteros–bispos, ou conselheiros–supervisores, amados companheiros de presbitério-episcopado, nós, constituídos pelo Espírito Santo para o apascentamento do rebanho da igreja da localidade, nada faremos de bom sem Deus. De mal, sem Deus, tudo faremos. Não consideremos nossa vida preciosa para nós mesmos. Custe-nos o que nos custar, que completemos, com total satisfação para Deus, nossa carreira santa, com santo viver, nosso ministério recebido do Senhor, e testemunhemos deste santo Evangelho que veio até nós pela incompreensível graça de Deus através de Jesus Cristo. Cumpramos nosso serviço como presbíteros-bispos como homens de fiéis à monogamia, sem adultério nos olhos e no pensamento. Que Deus nos ajude. Que cada bispo seja “marido de uma só mulher” (I Tm.3.2). Que haja sobriedade, temperança e vida ordenada de Deus em nós, para que a graça de Deus nos faça motivo dos homens glorificarem ao Deus que nos colocou neste santo presbitério.

8 – Um dever dos homens que aspiram ao presbitério ou episcopado é que sejam HOSPITALEIROS. Nos dias em que o nosso Senhor e os Seus doze apóstolos andaram pela terra, cumprindo seus gloriosos ministérios dos quais somos frutos, não havia muitos hotéis. Os viajantes se hospedavam onde anoitecia. As casas eram pontos em que se abrigavam os viajantes. Ora, os lares dos presbíteros deviam ser pousadas, sobretudo, para os crentes em suas possíveis viagens. Hospitaleiro quer dizer acolhedor, aquele que hospeda por bondade, com amor. Sem amor tudo que fizermos na vida cristã é uma balela, falsidade e mentira. Se você hospeda por amor, então, nisso você não está impedido de desejar ser presbítero. Amados irmãos, saibamos, é Deus que nos conserta e nos capacita para servi-Lo.

9 – Anciãos ou presbíteros ou bispos são a mesma coisa? A resposta é: SIM.

10 – Esses anciãos tiveram origem no Novo ou no Antigo Testamento? Originaram–se do Antigo Testamento. Ezequiel 8.12; Jeremias 19.1 e Atos 4.5,23 mencionam os anciãos de Israel.

11 – Quando surgem os anciãos em relação à igreja? Atos 11.30 é a resposta. Antes de Atos 11.30 não aparecem, nunca, os anciãos ou presbíteros como elementos conectados à igreja.

12 – Se os anciãos aparecem ou existem em Atos 11.30 qual foi origem deles? Antes de Atos 11.30 não sabemos o ponto exato do surgimento dos anciãos da igreja. Eles aparecem neste texto, mas, quando e como apareceram antes é desconhecido a nós. Certamente não interessou ao Espírito Santo informar-nos acerca do processo que causou o surgimento do presbitério do Novo Testamento.

13 – Há algum ponto exato do Novo Testamento que mostra o MODO do surgimento dos presbíteros ou anciãos ou bispos para cada igreja? SIM, HÁ. ATOS 14.23 MOSTRA QUEM SÃO OS PRESBÍTEROS, ISTO É, MOSTRA QUE ERAM HOMENS LÍDERES TIRADOS DENTRE OS CRENTES DA PRÓPRIA LOCALIDADE; MOSTRA QUE FORAM ELEITOS “DEPOIS DE ORAR COM JEJUNS; MOSTRA QUE FORAM ENCOMENDADOS “AO SENHOR EM QUEM HAVIAM CRIDO”; MOSTRA QUE OS PRESBÍTEROS DAVAM TESTEMUNHO DE SEREM PESSOAS CRENTES; MOSTRA QUE OS APÓSTOLOS, PAULO E BARNABÉ, ESTAVAM TRATANDO DE COISA SÉRIA, POIS QUE ENCOMENDARAM OS PRESBÍTEROS “AO SENHOR”. Atos 14.23, além de nos dar o modo do surgimento dos presbíteros, nos apresenta outras informações muito valiosas sobre os servos de Deus ocupados com os presbitérios das igrejas do Novo Testamento.

14 – Para cada igreja quantos presbíteros eram escolhidos de acordo com ensinos neotestamentários? Segundo o ensino geral do Novo Testamento NUNCA FOI ESCOLHIDO UM SÓ PRESBÍTERO OU ANCIÃO OU BISPO PARA PASTOREAR OU GOVERNAR UMA IGREJA. NUNCA. NUNCA. NUNCA. Sempre. Sempre. Sempre foram escolhidos presbíteros, em pluralidade, para estar no governo da igreja local. Evidentemente, cada igreja tem seus problemas e Deus levantará o número de servos para o presbitério conforme lhe aprouver. O que nunca houve nas páginas do Novo Testamento é a aberração de um só homem comandando a localidade eclesiástica, quer esse homem “mandachuva” se chame: padre, pastor, presbítero, bispo, ancião, apóstolo, missionário, evangelista, estrogonofe, pé-de-pato ou que outro nome queira ter. Não há nunca um homem à frente de um povo de Deus em todo o Novo Testamento. Essa questão de um só homem, tenha o título que tiver ou queira ter e que esteja ou seja posto à frente de um grupo religioso de dezenas, ou de centenas, ou de milhares, ou de milhões de adeptos (não importa o número de adeptos), sim, esse homem não procede do Novo Testamento, mas vem do cristianismo desviado que homens chamam de “A Igreja”. Que igreja! Que sinagoga do erro!

15 – Há mal na administração de um só homem sobre a igreja? SIM. SIM. SIM. Essa administração de um só homem sacerdotal é caminho para anular o testemunho do sacerdócio dos crentes em geral e em particular. Tufa a vaidade do clérigo que passa a ser chamado de “reverendo”, por exemplo, ou de padre, ou de “santo padre”. Só que o adjetivo, “santo”, antes desse substantivo” padre, é significativo de titulação, não de santificação. “Santo padre” é título. Padre santo, que é tratamento revelador da qualidade divina de separação do servo para o serviço de Deus, não usam nem querem usar tal tratamento, isso os comprometeria. Por isso e por muitos outros motivos Deus nunca pôs, segundo o Novo Testamento, um clérigo à frente de qualquer das suas igrejas. Por isso Deus estabeleceu, sempre, sem exceção, presbitério plural não hierárquico. Hierarquia religiosa dita cristã é coisa do capeta. Quem me lê entenda, medite e pule fora desse babilonismo. Administrar, apascentar o povo de Deus é só realizável biblicamente do ponto de vista plural. Presbitério ou episcopado neotestamentário é uma associação de servos dependentes uns dos outros. É o que Deus diz em Provérbios 11.14: “na multidão de conselheiros há segurança”. Pastoralismo, padrismo, papismo e outras misérias de unitarismo no comando do povo de Deus é uma miséria pluralíssima.

16 – Qual é razão básica pela qual os apóstolos escolhiam presbíteros para cada igreja edificada em cada localidade? Os apóstolos escolhiam presbíteros para cada igreja local, porque, primeiro não fundavam igrejas para si mesmos. Não fundavam denominações para lhes dar lucros. Depois, os apóstolos sabiam que sua missão era estar indo. Sabiam que o dia em que ficassem numa localidade já não eram apóstolos. Por outro lado, não havia as aberrações comuns de hoje, quando qualquer camarada que esteja falando verdades misturadas com “abobrinhas” recebe o título de pastor, de apóstolo, de evangelista e o pobre clérigo aceita tal mentira acerca de si. Um fato é surpreendente: os apóstolos não assumiram responsabilidade permanente, indefinida, para governar a igreja de qualquer localidade. Punham presbíteros sobre a igreja. Destes era a administração da igreja local. Se não fosse de Deus, como os apóstolos poderiam ter entregue suas igrejas imaturas nas mãos de homens imaturos para administrá-las? Só a graça de Deus pode responder.

17 – Mas, Pedro, o apóstolo, não era presbítero, não era, também, presbítero? De fato, quando Pedro ficava na localidade em que morava, Pedro não era apóstolo, pois, apóstolo é ministro viajante. Paulo era apóstolo permanente, pois, permanentemente, viveu andando de localidade para localidade, só parando, ali, até cumprir a edificação da igreja local, então saía para outra localidade. Mas, Pedro saía e retornava ao seu ponto de partida, por exemplo, a Jerusalém, seu ponto ou centro da obra apostólica. Onde ficava, servindo com os demais obreiros locais, Pedro não era apóstolo entre presbíteros, como o próprio Pedro diz, exortando presbíteros, ele era “presbítero como eles” (I Pe.5.1). No nosso trabalho em conjunto, em pluralidade, aí, sim, apascentaremos ou administraremos ou edificaremos o rebanho de Deus. Quem quer ser fiel à Palavra de Deus entenda o que Pedro está dizendo aos presbíteros ou anciãos ou bispos: “Pastoreai o rebanho que há entre vós” com honestidade (I Pe.5.2). O pastorear, pastor e seus cognatos vieram para o Novo Testamento como conceito da agropecuária. Sua origem não é espiritual, pelo contrário é material, é da riqueza dos povos antigos que eram pastoris. Remeto os interessados em conhecer a verdade a estudarem o capítulo V, p.89 e seguintes do meu livro, “Ministério e Presbitério” – “desfazendo equívocos, mitos e erros do clericalismo”, disponível neste site. Quem estudar esse capítulo com desejo de ver a verdade, vai entender que quando Pedro exorta: “Pastoreai o rebanho”, ele está dizendo: cuidem, administrem, vejam como vai a vida dos irmãos. Pedro não está dizendo: ó pastor Abias e pastor Anrão, preguem sermão profundo domingo à noite. Ponham um bonito terno e uma linda gravata. Vocês são reverendos. Essa “papagaiada” é coisa deste século. Não vou desenvolver este pensamento. Ele está completo no capítulo indicado do meu livro. Para o momento o que disse está completo. Deus nos guie agora e eternamente.

18 – Quais servos de Deus: apóstolos ou presbíteros tinham a responsabilidade pela igreja da localidade? Claro, presbíteros e não apóstolos eram responsáveis pelo trabalho local. Paulo, apóstolo e mestre que era, cooperava com o trabalho local, mas do seu ministério de apóstolo e de mestre não se descuidava. Atos 19.1,10 mostra que Paulo está em Éfeso e que o tempo do seu ministério, por ali durou um “espaço de dois anos, dando ensejo a que todos os habitantes da Ásia ouvissem a palavra do Senhor , tanto judeus como gregos”. Éfeso tinha o seu presbitério administrador da igreja, como vemos em Atos 20.17 por diante. Quando preso, em Roma, diz Atos 28.30: “Por dois anos permaneceu Paulo na sua própria casa, que alugara, onde recebia a todos que o procuravam”. Em Roma dois anos. A responsabilidade do trabalho local não estava com Paulo, mas com os presbíteros. Como enviado do Espírito Santo para o serviço apostólico, Paulo estava “dando ensejo a que todos os habitantes da Ásia ouvissem a palavra do Senhor, tanto judeus como gregos” (At.19.10).

19 – Caso apóstolos se estabeleçam na localidade, permanecerão na missão apostólica? Evidentemente, não. No máximo, poderão estar integrados no presbitério local, caso apresentem as qualificações de I Timóteo 3.1-7. Só somos apóstolos enquanto estivermos indo. Caso estejamos radicados, ou estejamos ficando, no máximo, poderemos ser, se formos, presbíteros. Assim, presbíteros ficam na localidade, mas, apóstolos são em todo tempo caminhantes.

20 – Não haverá algum período, em que os apóstolos ficam responsáveis pela igreja ou pelas igrejas da obra apostólica? Haverá, sim. Mas, por ser um período transitório pela própria natureza da obra apostólica, podemos dizer que não. Então, esse sim e esse não devem ser explicados pela própria Bíblia. Vejamos a resposta, examinando o que se passa na viagem apostólica registrada em Atos 13 e 14. Paulo e Barnabé estavam na obra, levando vidas à salvação e essas vidas salvas iam-se tornando igrejas. Essas igrejas novas, obviamente iam sendo edificadas. Por quem? Pelos apóstolos nesta fase de nascimento e dos primeiros cuidados com as igrejas-bebês ou igrejas recém-nascidas. Surgiram igrejas nesta primeira viagem apostólica de Paulo, tais como: Igreja de Antioquia da Pisídia (At.13.14-43). Igreja em Icônio (At.13.51-52; 14.1-5). Igreja de Listra (At.14.6-19). Igreja em Derbe (At.14.19-21). Paulo e Barnabé passaram pelas cidades de Salamina, cidade “situada na costa oriental de Chipre” (At.13.5); Pafos, cidade “situada na extremidade de sudoeste de Chipre” (At.13. 6); Perge, “cidade da Panfília capital da província no tempo dos romanos” (At.13.13). Essas são localidades pelas quais Paulo e Barnabé passaram e trabalharam. Enquanto testemunhavam de Jesus como Senhor e Salvador, pessoas iam-se convertendo e consequentemente iam surgindo, em cada localidade, a igreja, a única igreja desse local. Desde que surgiam as igrejas os apóstolos iam escolhendo, dentre os convertidos de cada lugar, os colaboradores para irem administrando as vidas dos santos do local em que viviam. Assim, esses homens eram escolhidos com oração e jejum. Os apóstolos se dedicavam à obra em geral e, em cada lugar, cada igreja era orientada pelos colaboradores dos apóstolos. Estes colaboradores recebiam orientação dos obreiros apostólicos no tocante à administração de cada igreja local. Assim, terminada a obra apostólica naquela região, ocorria, como ocorreu, a formação do presbitério ou episcopado em cada localidade. Presbitério bíblico é local, não regional. Regional é a obra apostólica. Terminada a obra que o Espírito Santo determinou que Paulo e Barnabé, esses dois obreiros colocaram presbíteros sobre cada igreja. Está escrito em Atos 14.23: “E, promovendo-lhes em igreja a eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido”. Atos 14.23-28 mostra o glorioso fim da primeira vigem apostólica de Paulo e Barnabé. Esses dados nestes capítulos 13 e 14 nos mostram que os apóstolos não fundaram igrejas para eles e nem para ninguém. Não construíram rede denominacional. As igrejas são de Deus. Os presbitérios são locais, não regionais e sem hierarquia entre eles. O monstro da hierarquia veio depois para as redes religiosas dos homens ávidos de mando, etc.

21 – Biblicamente, os presbíteros devem servir à igreja, trabalhando de tempo integral? Vai depender, o Novo Testamento não estabelece norma sobre o tempo de serviço dos bispos. Estes são colocados para o serviço da igreja. Em regra, não precisam dar tempo integral. Por isso, Deus estabelece presbíteros. Cada um deve servir da melhor maneira possível com humildade e em igualdade. Evidentemente, havendo necessidade especial que exija de um ou mais presbíteros que gaste tempo além do normal que ele possa dar, então, esse ou esses presbíteros ou bispos ou anciãos podem e devem ser de tempo integral. Também, pode haver necessidade de algum presbítero servir com tempo parcial, porém, com tempo maior, nesse caso, que sirva. De certo, isso fica por conta das circunstâncias e do bom senso. Seja com tempo parcial, com tempo maior ou tempo integral, que todos sirvam com santa e pura consciência diante do Senhor nosso Deus. Cessando a necessidade do dispêndio do tempo especial, que se volte à normalidade e que cada pessoa do presbitério sirva à igreja com total pureza de um coração redimido, não por motivo de vaidade e pecuniário, mas por causa da glória do Senhor Jesus Cristo, o Senhor da igreja.

Waltir Pereira da Silva